Pastor Malafaia é alvo da PF por orientar Bolsonaro contra medidas do STF

Por: Redação

20

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/2025

 - Atualizado há 4 horas ago




O pastor Silas Malafaia instigou e orientou Jair Bolsonaro (PL) a descumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, segundo investigação da Polícia Federal.

 

Nesta terça-feira (20), a PF cumpriu mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da PET nº 14129, que apura tentativa de obstrução de Justiça ligada à trama golpista.

 

Segundo a PF, Malafaia atuou e instigou para que Bolsonaro descumprisse as medidas cautelares impostas pelo Supremo, em especial a usar redes sociais.

Os investigadores indicam que o pastor dizia a Bolsonaro “de forma precisa os melhores horários em que as postagens deveriam ser retransmitidas” e quais os melhores canais para a divulgação.

 

“Dessa forma, o dolo na conduta dos investigados restou evidenciado a partir do conjunto de ações previamente ajustadas e deliberadas, construídas de modo consistente e gradual, com a finalidade de alcançar interesses ilícitos, em clara tentativa de coerção de autoridades públicas e cerceamento do livre exercício dos poderes constituídos”, disse a PF, ao Supremo.

Em uma das mensagens, no dia 13 de julho, Malafaia escreveu orientações para um posicionamento de Bolsonaro sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil.

 

“Tem que pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa. Ainda pode usar o seguinte argumento: não queremos ver sanções contra ministros do STF e suas famílias. Eles se caqão (sic) disso! A questão da tarifa é justiça e liberdade, não econômica. Traz o discurso para isso!”, diz Malafaia, segundo trecho do documento da PF enviado ao STF.

O STF definiu, à época, que Bolsonaro não podia usar seus perfis próprios nas redes sociais nem se comunicar por meio de perfis outras pessoas, como os seus filhos ou apoiadores políticos, por exemplo.

Além disso, a Corte determinou naquele momento que o ex-presidente deveria usar tornozeleira eletrônica. Após descumprimentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a sua prisão domiciliar.

Caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, definir se oferece denúncia, se requisita diligências complementares ou se pede o arquivamento da investigação.

 

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