Depois de 13 anos, o St. Pauli está de volta à primeira divisão do futebol da Alemanha. Na manhã deste domingo, a equipe venceu o Osnabruck por 3 a 1, em casa, com gols de Oladapo Afolyan (duas vezes) e Marcel Hartel, e garantiu o retorno à Bundesliga. De quebra, seu maior rival, o Hamburgo, tradicional time alemão, não tem mais chances de acesso.
Ao apito final, os torcedores, que esperaram tanto tempo para retornar ao pelotão de elite do futebol alemão, invadiram o gramado do Millerntor-Stadion para comemorar o acesso da equipe. Veja o vídeo:
Os ‘piratas’, como são conhecidos na Alemanha, são um time conhecido pelo engajamento social e o combate a discriminações. Historicamente de esquerda, a equipe é vista como um oásis no meio do futebol, já que é um dos poucos clubes do mundo que falam abertamente das suas raízes na luta contra o machismo, contra a homofobia e contra o racismo. O combate ao preconceito, inclusive, está registrado no estatuto do clube.
Fundado em 1924, o St. Pauli sempre teve origem progressista, sendo um clube de resistência ao Partido Nazista da Alemanha quando o mesmo chegou ao poder, exigindo que atletas judeus fossem excluídos de seus elencos. A equipe não acatou a ordem e resistiu até onde foi possível, mas foi obrigado a ceder sob ameaça do fechamento do clube.
Nos anos 80 e 90, os torcedores do St. Pauli lideraram um movimento anti-fascista para eliminar certos focos de torcedores neofascistas dentro da própria torcida. Desde então, é bem comum ver torcedores com faixas com a súastica nazista destruída, bandeiras do arco-íris em apoio ao movimento LGBTQIA+ e mensagens anticapitalistas.
Com 65 pontos, o St. Pauli garantiu o acesso ao pelotão de elite do futebol alemão com uma rodada de antecedência e, na última rodada, pode conquistar o título da segunda divisão se vencer o Wehen Wiesbaden, fora de casa.