Enforcamento, injeção letal, eletrocussão, decapitação e agora os EUA voltam com fuzilamento para presos condenados

Por: Redação

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 - Atualizado há 5 dias ago

Pela primeira vez em 15 anos um condenado a pena de morte será executado por fuzilamento nos EUA.

A execução de Brad Sigmon, condenado por homicídio, recebeu sinal verde da Suprema Corte do Estado da Carolina do Sul na quarta-feira (5).

Há preocupações sobre os riscos para as testemunhas que devem, por lei, poder observar o evento.

Advogados de Sigmon disseram que ele escolheu a morte por fuzilamento, mas que ele enfrentava uma escolha difícil entre métodos de execução — se deve selecionar uma morte violenta por tiro ou arriscar uma morte potencialmente torturante por injeção letal, sobre a qual não existem informações adequadas.

Sigmon foi condenado à morte em 2002 por assassinar em 2001 os pais de sua ex-namorada, Gladys e David Larke, com um taco de beisebol na Carolina do Sul.

Como é a execução por fuzilamento?

A Carolina do Sul executou mais de 40 prisioneiros desde 1985 — eletrocutados ou com injeção letal.

Em 2021, o Estado aprovou uma lei que permitiria o uso do pelotão de fuzilamento em execuções estaduais.

De acordo com o Death Penalty Information Center — uma organização de direitos humanos sediada nos EUA — esta lei foi parcialmente motivada pela incapacidade do Estado de obter as substâncias necessárias para a injeção letal.

Logo após a aprovação da lei, o Departamento Penitenciário da Carolina do Sul atualizou a infraestrutura para poder realizar execuções por pelotão de fuzilamento.

A mesma sala onde os presos são mortos usando injeção letal — que é chamada de câmara da morte — agora será usada para morte por fuzilamento.

Testemunhas podem, por lei, assistir à execução.

“O preso usará um uniforme fornecido pela prisão e será escoltado até a câmara. O preso terá a oportunidade de fazer uma última declaração”, explicou o departamento.

Sigmon será então amarrado a uma cadeira na câmara da morte e um capuz será colocado sobre sua cabeça, com um alvo posicionado sobre seu coração.

“Após o diretor ler a ordem de execução, a equipe atirará”, explica o departamento.

“Após os tiros, um médico examinará o preso. Após o preso ser declarado morto, a cortina será fechada e as testemunhas escoltadas para fora.”

Os membros do pelotão de fuzilamento são funcionários do departamento que se voluntariam para o ato, informa o órgão.

Testemunhas: quem pode estar dentro da câmara da morte?

Jornalistas, advogados e familiares da vítima normalmente sentam-se em um espaço diretamente ao lado da “câmara da morte”, por trás de uma divisória de vidro, para assistir à execução.

As testemunhas devem conseguir ver Sigmon até que ele seja declarado morto.

Drew Swift, um instrutor tiro que possui uma academia de treinamento em McLean, na Carolina do Sul, compartilhou suas preocupações sobre esses métodos de execução com a emissora americana NPR.

“Vai ser traumático”, disse Swift ao canal de notícias. “E se três tiros acertarem o mesmo alvo, vai ser um buraco muito grande. Vai haver muito sangue.”

Há também o risco de balas ricochetearem e atingirem pessoas ou móveis.

Além disso, se realizados em ambientes fechados em um espaço relativamente confinado, os tiros podem liberar partículas de chumbo e gases nocivos.

Isso sem contar possíveis danos auditivos para as testemunhas.

O departamento prisional do Estado não respondeu aos questionamentos feitos pela rádio NPR, agência pública de rádio dos EUA.

A Anistia Internacional diz que 144 países aboliram a pena de morte por lei ou na prática.

No entanto, em 2023, um total de 1.153 execuções de pena de morte ocorreram no mundo, diz a entidade de direitos humanos.

Esse número não inclui a China, que se acredita que execute milhares de pessoas todos os anos.

Os países que aplicam a pena de morte usam enforcamento, injeção letal, eletrocussão, decapitação e fuzilamento.

A Anistia diz que pelo menos oito países executaram pessoas por pelotão de fuzilamento em 2020: China, Irã, Coreia do Norte, Omã, Catar, Somália, Taiwan e Iêmen.

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