Adriana de Souza Santos, conhecida como “magrela”, de 36 anos, e Valmir Santana Ribeiro, de 38, foram condenados a quase 140 anos de cadeia pelo assassinato de Cacilda Vetoraci Duarte, 77 anos e Luiz Geraldo Duarte Ignez, 80 anos, sogros do atual Secretário de Turismo do ES e ex-prefeito de Cachoeiro/ES, Victor Coelho. O casal pegou 132 anos de prisão, em decisão da 4ª Vara Criminal da cidade.
O crime, que chocou a população do sul capixaba, foi classificado pelo Ministério Público do Espírito Santo como um duplo latrocínio cometido com “requintes de crueldade” e agravado por tortura e maus-tratos a animais.
As investigações apontam que o crime foi planejado. Em 8 de outubro de 2024, os réus se hospedaram no Hotel Duarte, propriedade das vítimas, com comportamento aparentemente comum. Pagaram uma diária de R$ 100 e circularam pelo local como clientes. Horas depois, mataram os idosos e seus dois cães, roubaram diversos pertences e fugiram com o carro do casal.
Segundo relatos da perícia, as vítimas foram brutalmente espancadas e mortas em seus próprios quartos. O local, que também servia como residência, apresentava sinais de luta e destruição. O modo como os crimes foram executados levou os investigadores a descartarem a hipótese de um roubo acidental: havia premeditação.
Valmir Santana Ribeiro foi preso em flagrante horas após o crime, ainda em posse de objetos das vítimas. Adriana de Souza Santos foi localizada dias depois, em outra cidade, após diligências conjuntas da Polícia Civil e do MPES.
Durante os interrogatórios, os réus deram versões contraditórias, o que reforçou, segundo os promotores, a tentativa de confundir as autoridades. A denúncia formal incluiu os crimes de latrocínio qualificado, tortura e maus-tratos a animais.
A sentença, proferida no dia 20 de maio de 2025, impôs:
Adriana de Souza Santos: 65 anos, 6 meses e 14 dias de prisão e Valmir Santana Ribeiro:: 67 anos, 5 meses e 24 dias de prisão.
A Justiça determinou o cumprimento das penas em regime fechado, sem possibilidade de apelação em liberdade. Ambos devem permanecer presos preventivamente até o trânsito em julgado do processo.
Até o momento, a defesa dos réus não se pronunciou oficialmente sobre a condenação. Familiares das vítimas evitaram entrevistas, mas fontes próximas relatam que o clima ainda é de dor e incredulidade.
A tragédia reacende o debate sobre a segurança em estabelecimentos familiares e a reincidência de crimes cometidos por hóspedes que utilizam hotéis e pousadas como disfarce para ações criminosas.
